Blasfémia!
Há palavras no nosso extenso léxico que são, injustamente, esquecidas. Gostava de apelar a todos para que dessem à palavra "blasfémia" o espaço que realmente merece. Nada demonstra a verdadeira indignação de uma pessoa, do que dizer "Isto é uma blasfémia!" e molhar os seus interlocutores com uma chuva de perdigotos. Aquele "s" está mesmo a puxar a saliva, ao passo que o "f", seguido do "é", deixam a boca numa posição e angulo de abertura tais, que tratam de liberta-la em aspersão com alguma violência. Se, por outro lado, o alvo está bem definido, proponho que se empregue a palavra numa frase como "Isto é uma blasfémia, como sempre": Até "blasfémia" já estudámos; a partir daí, dá a ideia que foi a saliva toda, contudo o "como", já que é uma palavra homónima da primeira pessoa do presente do verbo comer, vai tratar de acelerar as glândulas salivares. O "sem" em "sempre" trata do resto. A partir daqui basta apontar, pois ao articular a boca para dizer o "pre", esta vai estar mais fechada, portanto a saliva vai sair com um alvo definido.Meus amigos, e assim se fala bom português, ao mesmo tempo que se espalham algumas doenças oralmente transmissíveis.
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